segunda-feira, 13 de junho de 2011

Um corvo e uma razão

"Desenham em minha pele o que eu não sei passar em letras para um papel."

Depois do desastre...haviam apenas pessoas e mais pessoas inconformadas com o ocorrido.Todos aqueles rostos surpresos e alguns apavorados,passavam uma leve sensação de curiosidade e prazer sádico.Ninguém queria saber se alguém estava bem,mas todos queriam saber o que havia acontecido,como havia acontecido,as falhas,o culpado,as razões e alguns gritavam por algum deus... mas que deus? havia algum deus ali? se havia,seria necessario escrever Deus e entregar à ele seu diploma de importância? Eu,não creio que fosse necessário.

E o sangue e as pessoas e as perdas,mas todos queriam uma razão.E não bastava uma razão,precisavam de um culpado.O culpado importava mais do que as vítimas.Mas elas eram sim importantes.Estando bem,alguém poderia indicar o culpado então,alguém poderia descrever o erro,apontar a falha,mostrar tudo o que aconteceu.

Mas o único sobrevivente se calou diante das interrogações brevemente acompanhadas de exclamações.O único que presenciou tamanha tristeza não disse uma só palavra,seus olhos brilhavam longe,muito longe daquela sala."Todos falavam demais...todos falam demais e ninguém pode fazer nada mais".

As mulheres com seus gritos histéricos e crianças com choro irritante e confuso.Os homens sem o controle ou solução da situação e todos ali não conseguiam cumprir o papel natural das coisas.O instinto natural do ser humano,ninguém ali poderia ter protegido o ser mais frágil,era todos frágeis demais ..

E as perguntas,e as pergunta..

E a razão.Qual razão?