sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Aos lobos do carrosel

Vocês não vão me pegar.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Cuidado Pandora! Cuidado

Todos guardam uma caixa, mas cada um esconde onde acredita ser mais seguro. Onde dificilmente será tentado a abri-la e reviver as emoções guardadas ali. As muito ruins. As muito malvadas feitas por pessoas que passam pelas nossas vidas ou por nós mesmos. Consequência do que fizeram ou do que foi feito? Já não importa. Passa uma fita , cola um aviso e guarda.


(Arquivo Pessoal)


Todas as sensações menos agressivas podem ser guardadas nas tais "gavetas" do ser. Onde você não só pode como deve revirar algumas vezes quando perceber que esta cometendo o mesmo erro repetidas vezes com pessoas diferentes, situações opostas. O erro certamente é seu e em alguma dessas gavetas terá alguma explicação da sequência de repetição. Erros causam dores , olha bem no fundo da gaveta, joga uma coisa para cada lado... estará ali. Lógico que depende da organização de cada um ( memória talvez).

Eu não guardo mágoas de ninguém. Mas preciso com urgências vasculhar mais fundo algumas gavetas. Sou organizada. Porém aconteceu um " incêndio" há alguns anos que danificou muitas das minhas memórias reais. Danificou muto de quem eu era. E quando recuperei boa parte do conteúdo todo, percebi que ao tentar organizar as folhas, as memórias e falhas. Formaram palavras muito mais cruéis do que eu conseguia me recordar. E me senti obrigada a abrir minha caixa de Pandora.
Para Pandora, na mitologia grega, era um vaso que continha todos os males do mundo, ela abriu e deixou que todas dominassem quem provavelmente somos hoje. E eu precisei fazer isso. Para esconder toda a bagunça dentro da caixa da minha vida eu precisei abrir. Fui cuidadosa,mas nunca se é cuidadoso o suficiente. Eu deixei mais coisas saírem do que guardei novas coisas.


(Arquivo Pessoal)


Eu tinha o caos em minhas mãos pronto para explodir minhas dores como uma bomba atômica . Contagiosa. Tóxica. Cheia de lágrimas de raiva, onde escondi todo rancor de muitas situações inusitadas e absurdas. Daquelas que chegamos a ser egoístas de pensar " Isso só pode acontecer comigo!" . Talvez só aconteça mesmo com alguém algumas coisas, mas a intensidade é a mesma.

Abri minhas asas tentando voar acima para enxergar o que eu havia feito. E percebi que meu avô me fez chorar. Me fez brigar , bater de frente. E hoje quando perguntam de mim ele simplesmente com toda calma diz "Ela é minha netinha" . 20 anos depois vale mesmo a pena eu ter rancor disso? Será que vale mesmo? Não obvio que não. A não ser que isso tenha causado algo á alguém que ainda é mais próximo de mim e agora tenho um novo problema. Descartei ele. O rancor disso. O agora é real.

Eu entendo que não posso mudar de um dia para o outro. Que não posso projetar minhas folhas antigas de retroprojetor em alguém. Que não devo comparar pessoas e sentir medo disso. Eu quero evoluir como qualquer jogo por aí.
Eu quero ser boa em plantas rosas e ter um jardim e não jogar xadrez e me sentir "Rainha de um império decadente" . Não lamento minha vida.

Mas quando precise abrir minha caixa. Alguns males saíram comparando pessoas com dores que senti. E vejo nos olhos de quem não tem nada com isso tudo um pavor crescer dentro de mim que me faz ser estúpida algumas vezes. Ser imprudente com as palavras. Mas não posso mais ter medo ou sentir vergonha. É isso e nada mais.
Hoje sou a tal Rainha do tal Impéria tal igual Decadente como toda essa bagunça.

Não tem culpado. Tem escolhas, tem sensações , sentimentos , medos. Mas alguém .. tem mesmo alguém que poderia carregar essa bagagem comigo pelo menos até a metade do caminho?
Porque as caixas e malas e gavetas sempre são mais limpos e leves do que os nossos. Se fosse fácil enxergar nossa vida como podemos enxergar com tamanha transparência a vida das pessoas que gostamos. Seria fácil.
Vou me manter em silêncio, para que nenhum monstro assustador azul e roxo apareça para me fazer algum mal. Para me assustar enquanto eu durmo. Não me fazer sonhar com o amanhã.
Sonhei.

domingo, 1 de novembro de 2015

Contra a parede

"Te desenho em papel de restaurante. Um X qualquer na folha com vincos te define.
Uma folha que sequer serve para limpar a bunda. Bem vagabunda mesmo."

Eu encontro frases perdidas e vazias em todos os lugares que olho. Prefiro não manter o foco, não vale meu tempo. E aquelas músicas sobre o céu o mar o amor e um beijo me enjoam.
Há algum tempo eu poderia ter me importado mais. Eu sei .Mas isso foi antes de me perder e encontrar uma parte de mim que desconhecia. Uma parte calma quieta paciente assim sem vírgula. Porque quando você precisa dizer algo sincero não cabe pontuação entre um sim e um não. Ou as palavras saem ou ficam presas. E na minha realidade eu conto tudo sobre quem sou. Cada cobrança me agrada, cada questionamento instiga minha fraca cegueira.
Enxergo bem e sinto pena. Sinto uma cretina sensação de me deliciar entre um engano e outro , uma desculpa de merda e outra como se eu não fosse capaz de conhecer o mundo. Como se eu confiasse em todos e agora assim , sem aviso, conto que não sei confiar.
Minha impulsividade não me agrada mas também não me comove. Se te assusta me faz bem. E assim pensei quando percebi que me cansei de tanta coisa superficial em uma vida tão artificial.
As antigas e cansativas desculpas sobre não se perder em alguém para não ter que sentir algo denovo?
Por favor.. nada dói igual duas vezes. Dói pior . Não igual. Nada melhora. Mas ainda não é a hora.. calma... calma...

Essa estranha calma que me invade me consome. Minha paz hoje tem nome que eu jamais me atreveria á profanar. Sinto muito, não vou falar.

Mas algo obscuro ainda cega minha percepção. Um medo de ver tudo o que eu vi e não. Não conseguir respirar novamente e quem me dera falta o ar e não a calma. Porque dessa alma nada se tira nada se acrescenta.

Não preciso acreditar em nenhum deus. Se quer me dar o infeliz trabalho em colocar uma letra maiúscula. Se ele existe, certamente acredita em mim.
Mais do que eu poderia crer em qualquer ser vivo menos "ele". Porque NELE eu acredito de olhos fechados e me jogo de qualquer penhasco. Me enrosco em qualquer abraçado. Me perco em um beijo de " até logo" quantas vezes forem necessárias porque ELE sim. Faz parte de quem eu sou.
Vocês conseguem ver que eu não falo de deus? eu falo de um mortal.

Eu olho no espelho. Sorrio. Sorrindo assim pra mim eu até me reconheço. Eu esqueço que falta de caráter e não ser verdadeiro é uma falha natural do ser. Humano. Por isso eu digo a verdade.
As pessoas julgam com tanta segurança diante da verdade que me dá gosto de ver a tal sinceridade na boca crítica de cada um.

Eu sou quem sou e não alguém mais. Se algum dia eu precisar me ver como alguém que ocupa um segundo lugar eu não vou voltar.

E observo chover dor em quem nunca havia sentido isso antes. Sentindo uma certa satisfação como prova por quem nunca prestou atenção. Sejam atentos... a distração é o mesmo que trair seu próprio reflexo.

Algumas pessoas não refletem nada. Porque não tem nada. Não oferecem nada. Não perdem nada e também não arriscam nada.

E quando deus acreditou em mim. Eu pude ver o que nunca quis. Nunca pedi. A ignorância seria o maior presente.Eu vivo uma guerra de ingratidão pela visão. Não disse que queria saber tudo ver tudo observar tudo e ser uma filha da puta que enxerga tudo. Mas eu sou. Não necessariamente uma filha da puta. Mas quem tudo enxerga. Ó T I M O presente do universo. Preferia ter nascido sem dom. Sem talento sem presente sem diferença e sem a merda do anti vírus dizendo que preciso renovar o registro. Nunca quis esse registro. Que se danem os registros. Nunca quis documento, uma prova, um teste. Nunca quis comprovar provar convencer me fazer. NÃO .

Mas ELE. Esse sim ... tem todas as letras maiúsculas e minhas mãos para segurar se algum dia quiser pular.
Pena que sobre ELE. NÃO DIGO NADA.
Porque é a coisa mais pura em qualquer qualidade ou defeito.

E o diabo azul desperta novamente.
No mínimo da consideração deveria ter me avisado antes que havia desbloqueado a minha escrita desalinhada e não mais acostumada.
Mas tudo tem uma razão.
Eu não.

terça-feira, 16 de abril de 2013

A vida é louca

Se eu tivesse dito "fica",seria por mim e meu sentimento.
Eu disse "vai" por você e pelos seus sonhos.

E eu me importo tanto.. mas tanto,que por mais que eu ainda esteja partida em mil pedaços e nunca consiga colar eles,não consigo também me arrepender.

Essa vida e as pessoas... sempre tudo estranho.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Meu vício


O segredo é desvendar as mil faces do ser
Quem sou não sei 
Quem saberá,nunca saberei
O medo do desejo nunca se esconde por muito tempo

Uma chance um vício
Um alívio para a dor constante que me faz voltar
Ao início da chance do vício
Um calmante em forma de amante voraz

Que me faz ser capaz de atravessar o oceano que me cerca
As faces adormecidas que uma vez dispertas me atormente
Uma cama e um cobertor em dia de frio
E chuva cai calma e tão contrária á minha alma

A vida flui
Como um rio de fracassos em frascos lacrados
Validade permanente e inconsistente ao mesmo tempo
Duplicidade e vaidade 
A vida flui

E cansado e devastado e demais abandonado
Algo que não serve para ninguém depois de usado
Coração não reciclável e corpo facilmente domável
Amável seria se eu tivesse uma chance a mais
Doce seria o amargo do meu ser ao tocar você

Meu vício
Te procura nos remédios tarja preta
Te procura na receita dos que não tem cura
Dosagem,paisagem e a calma.

Meu vicío 
Te encontra e não te consome
Domina,determina e desaparece
E é assim ,sempre que acontece
Quando alguma face escondida me acorda e acorda
Para me mostrar o que eu sinto em relação á você

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Faz frio lá fora

E se eu pudesse estar em outro lugar,faria frio de qualquer forma.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Me condeno

Então a garota corrompida há anos e mantendo isso em segredo novamente fica na ponta dos pés em uma ponte de madeira nem um pouco firma sob um mar de lava. E então assim começa mais uma parte.

Não tem nenhuma flor presa com uma fita decorando meus cabelos,não é nenhuma data comemorativa e eu estou exatamente onde tudo começou: Sentada no meu quarto enquanto amanhece,com as luzes apagadas e o velho computador que registrou mais decadências minhas... talvez,o mesmo teclamo ao menos,que hoje parece mais escandaloso do que uma máquina de escrever.Mas quem se importa?

Há alguns anos eu teria respondi minha questão com um simples "ninguém" no final da frase e sinceramente me pareceria muito mais fácil,é abrir mão do fato de que pessoas gostam de mim e logo,me sinto livre para mais uma queda livre.
Finalmente 10 anos se passaram e quando encontrei uma carta que escrevi aos 15 anos para a "Cynthia com 25" ,que parecia mais uma "tia" projetada no futuro,eu me decepcionei.
Não escrevi que gostaria de ir até a Lua ou que eu estaria casada com filhos para criar. Não escrevi que seria uma grande empresária ou rica de qualquer forma. Não desejei ter ido para Paris. A única coisa que eu realmente escrevi foi um conflito sobre " Não sentir mais o que eu sinto e encontrar a minha voz na vida".

Essa tal aí com 25 anos não deixou de se sentir como se sentia,sinceramente mesmo? Não. Aquela menina ficou longe de mim,isso eu posso garantir. Durante um tempo cheguei a pensar que eu causava todo o estrago nos meus planos por alguma razão estranha,alguma satisfação de me auto sacanear... mas nesse tempo o próprio tempo é escolado em me sacanear,e tudo bem. Sempre esta tudo bem,não? Ninguém gosta de pessoas que reclamam e não fazem nada para mudar. Eu poderia ser essa pessoa que reclamou durante uns 5 anos e se calou mais 5 mas que na voz do bom povo e linda família brasileira "Não se ajuda".

Se eu pudesse,convidaria cada uma dessas pessoas para passarem uma noite com meu cérebro. E então eu ouviria algum conselho barato... mas sério,não importa mais. Foi e esta sendo uma longa estrada labirinto.
As pessoas se vão,eu erro e erro mais uma vez em seguida e nunca quero admitir,mas dessa vez eu juro,eu admito,que eu jamais me perdoaria por uma coisa que talvez,até a própria pessoa não pense sobre,mas eu.. creio que pensa.
Eu me deixaria para trás. Mas isso já havia acontecido.

Agora eu me deixei para trás novamente e garanto para todos os moralistas cheios de razão que fazem de tudo para experimentar uma sensação diferente,seja bebendo ou qualquer outra coisa que tire a razão: EU NASCI SEM A RAZÃO. Nasci em um constante estado de inquietação e em seguida eu tenho longos períodos sem querer acordar,mas acostumei... eu simplesmente acostumei a manter a moral e os bons costumes ou traduzindo: Me acostumei a sorrir e mentir porque ninguém quer a verdade.

Eu não iria querer a verdade... Não,eu iria. Talvez se descobrir diferente seja tão ruim quanto as pessoas te olharem diferente mas nada faz com que isso pare.

Diferente de 10 anos atrás,isso não parece uma cartinha cretina de pseudo suicida,mas sim o momento de maior reflexão dessa existência clichê.
As coisas não mudam quando as forças do universo não colaboram. SIMPLES assim.

Esse ano foi o pior ano da minha vida. Eu perdi tanta coisa,tanta coisa... mas tanta coisa mesmo que não quero bancar a sentimental contando. As pessoas vão embora,bichinhos de estimação vão embora,coisas materiais vão embora,minha boa vontade vai embora...

E eu sempre soube. Cara de pau que sou sempre soube. Que eu só ficaria bem mesmo,quando tudo fosse mais além e eu sempre soube que todas as formas de inspiração sempre estiveram completamente ligadas com a minha sombra ,aquele vazio nos olhos,sabe? Aquela distância ... tudo esta no que eu sou.

E nada esta no que eu sou.