segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Me condeno

Então a garota corrompida há anos e mantendo isso em segredo novamente fica na ponta dos pés em uma ponte de madeira nem um pouco firma sob um mar de lava. E então assim começa mais uma parte.

Não tem nenhuma flor presa com uma fita decorando meus cabelos,não é nenhuma data comemorativa e eu estou exatamente onde tudo começou: Sentada no meu quarto enquanto amanhece,com as luzes apagadas e o velho computador que registrou mais decadências minhas... talvez,o mesmo teclamo ao menos,que hoje parece mais escandaloso do que uma máquina de escrever.Mas quem se importa?

Há alguns anos eu teria respondi minha questão com um simples "ninguém" no final da frase e sinceramente me pareceria muito mais fácil,é abrir mão do fato de que pessoas gostam de mim e logo,me sinto livre para mais uma queda livre.
Finalmente 10 anos se passaram e quando encontrei uma carta que escrevi aos 15 anos para a "Cynthia com 25" ,que parecia mais uma "tia" projetada no futuro,eu me decepcionei.
Não escrevi que gostaria de ir até a Lua ou que eu estaria casada com filhos para criar. Não escrevi que seria uma grande empresária ou rica de qualquer forma. Não desejei ter ido para Paris. A única coisa que eu realmente escrevi foi um conflito sobre " Não sentir mais o que eu sinto e encontrar a minha voz na vida".

Essa tal aí com 25 anos não deixou de se sentir como se sentia,sinceramente mesmo? Não. Aquela menina ficou longe de mim,isso eu posso garantir. Durante um tempo cheguei a pensar que eu causava todo o estrago nos meus planos por alguma razão estranha,alguma satisfação de me auto sacanear... mas nesse tempo o próprio tempo é escolado em me sacanear,e tudo bem. Sempre esta tudo bem,não? Ninguém gosta de pessoas que reclamam e não fazem nada para mudar. Eu poderia ser essa pessoa que reclamou durante uns 5 anos e se calou mais 5 mas que na voz do bom povo e linda família brasileira "Não se ajuda".

Se eu pudesse,convidaria cada uma dessas pessoas para passarem uma noite com meu cérebro. E então eu ouviria algum conselho barato... mas sério,não importa mais. Foi e esta sendo uma longa estrada labirinto.
As pessoas se vão,eu erro e erro mais uma vez em seguida e nunca quero admitir,mas dessa vez eu juro,eu admito,que eu jamais me perdoaria por uma coisa que talvez,até a própria pessoa não pense sobre,mas eu.. creio que pensa.
Eu me deixaria para trás. Mas isso já havia acontecido.

Agora eu me deixei para trás novamente e garanto para todos os moralistas cheios de razão que fazem de tudo para experimentar uma sensação diferente,seja bebendo ou qualquer outra coisa que tire a razão: EU NASCI SEM A RAZÃO. Nasci em um constante estado de inquietação e em seguida eu tenho longos períodos sem querer acordar,mas acostumei... eu simplesmente acostumei a manter a moral e os bons costumes ou traduzindo: Me acostumei a sorrir e mentir porque ninguém quer a verdade.

Eu não iria querer a verdade... Não,eu iria. Talvez se descobrir diferente seja tão ruim quanto as pessoas te olharem diferente mas nada faz com que isso pare.

Diferente de 10 anos atrás,isso não parece uma cartinha cretina de pseudo suicida,mas sim o momento de maior reflexão dessa existência clichê.
As coisas não mudam quando as forças do universo não colaboram. SIMPLES assim.

Esse ano foi o pior ano da minha vida. Eu perdi tanta coisa,tanta coisa... mas tanta coisa mesmo que não quero bancar a sentimental contando. As pessoas vão embora,bichinhos de estimação vão embora,coisas materiais vão embora,minha boa vontade vai embora...

E eu sempre soube. Cara de pau que sou sempre soube. Que eu só ficaria bem mesmo,quando tudo fosse mais além e eu sempre soube que todas as formas de inspiração sempre estiveram completamente ligadas com a minha sombra ,aquele vazio nos olhos,sabe? Aquela distância ... tudo esta no que eu sou.

E nada esta no que eu sou.