quarta-feira, 4 de maio de 2011

Naquele dia de outono

Mais um dia entre tantos,que pareciam passar rapido demais apenas por ser a estação do ano preferida de Christina,ela estava sentada no jardim,observando atentamente o sol nascer e o tom de azul dominar o céu por completo.Pelo movimento das árvores,ela imaginou que pudesse estar ventando ainda que levemente.Mas ela,apenas ela,não conseguia sentir o vento tocar sua pele.
Durante toda a sua infância ouviu dizer que uma das sensações mais agradáveis na vida era sentir aquela leve brisa da manhã,e em silêncio ela permanecia apenas para não assumir perante todos que não poderia sentir nada.

Todas foram as vezes em que aquela amável senhora que cuidou dela quase a vida toda,preparou seu banho quente e perguntou com calma e preocupação se a água estava na temperatura certa e ela confiou apenas,pois também não sentia o quente ou frio da água.

Christina não se sentia triste por não ter sequer alguma percepção sensorial.Ela apenas não ás conhecia portanto não poderia sentir falta.Não sabia como era a sensação então não poderia desejar ou repelir.Era nulo era neutro era branco e preto.

O problema maior surgiu na verdade com o passar dos anos e o interesse pelo garotos.Por mais interesse que ela pudesse ter,por mais desejado que um beijo fosse,ela... não sentia nada.
Qualquer sensação existente que possa fazer um coração bater mais rápido,ela era incapaz de sentir.

Até que um dia...