sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Sexta-Feira

"Me sinto afundando em um tapete extremamente macio.
As luzes são fracas,luzes de velas.
Não está quente,não está frio,mas uma leve brisa arrepia meu braço.
Brinco com meu cabelo contrastando com o tapete.
Arrumo melhor as almofadas ao meu redor.
Arrumo melhor a coberta,puxo para perto,me enrolo,fico ali brincando como se o tempo não estivesse correndo.

Começa uma tempestade fortissima.
E as paredes da sala,em sua maioria são vidros.
Posso ver os raios,posso ouvir os pingos de chuva batendo no vidro.
As vezes os barulhos da natureza intimidam.
As vezes meus pensamentos intimidam...tanto faz.

Vento mais forte,apagando as velas,estou no escuro.
Eu poderia ficar ali deitada o tempo que fosse necessário.
Ou eu poderia levantar ,mas teria alguma razão?
Me levanto sim, deixando que o tal cobertor escorregue pelo meu corpo
E me rendo
Vou até o sofá.
Não pretendia me render,não queria trégua.

Ele diz: Desistiu?
Eu: Jamais
Ele: Está com medo da tempestade,é? - cinico como sempre
Eu: Não.Quero que você me deixe com medo.
Ele: Como assim?

Lentamente indiquei o chão,o tapete e o cobertor para ele...

E disse: Assim.

Porque eu sinto falta de tudo.
E tudo.. é tudo.
Incluindo..."

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