terça-feira, 23 de novembro de 2010

Naquele dia eu

Resolvi que não iria falar sobre mim.Não iria reclamar as tragédias da minha vida e muito menos comemorar minhas vitórias.Eu definitivamente não iria falar sobre quem eu sou,sobre o que eu quero,o que eu quis,o que eu ganhei ou perdi com o tempo.E assim fiz.

O amarelo do sol era amarelo demais porém brilhava nas folhas verdes e realmente verdes.Algumas ainda permaneciam aparentemente sem vida em tons de morrom no chão e o céu um pouco longe do sol era azul.
Eu poderia falar disso,dos carros passando,das pessoas,de suas roupas e cortes de cabelo,poderia pensar sobre a capa de uma revista,sobre a repetição do jornal que todos os dias são as mesmas coisas só um pouco modificadas.Pensar então sobre a moda de verão,sobre as matérias da revista de fofoca,sobre o horóscopo escrito por algumas pessoas que babam mais do que meu cachorro.
E poderia contar o tempo até o farol abrir e fechar.Poderia contar quantas pessoas atravessam a rua em determinado tempo.

Mas ai eu percebi que falar dos outros e das outras coisas sem falar de mim me tornaria uma pessoa critica sem razão.Sem me envolver eu não teria explicação para cada comentário e então eu seria a pessoa mais chata do mundo.

E novamente.
Não consegui viver sem a minha presença e isso é o que mais me incomoda.