terça-feira, 25 de novembro de 2008

Rafael

(Me desculpem qualquer erro de pontuação,digitação,concordância,sentido,e tudo mais que for possivel criticar.São 5 e tantas da manhã,resolvi contar uma verdade e não pretendo me arrepender e deletar mais um texto.Não vou ler.)

Rafael é o nome do meu primero personagem do meu primeiro projeto de livro.Em um belo dia,após ler a sequência de A entrevista com o vampiro,O vampiro Lestat e A rainha dos condenados,eu decidi escrever um livro para passar o tempo das aulas de matemática,que na boa,eu nunca gostei.
Minhas manhãs na 8° série foram as piores de toda a minha vida.Eu me sentia a pior pessoa do mundo porque eu não tinha o prazer de interagir com meus coleguinhas e a até então " melhor amiga" sentava na minha frente mas adorava se juntar com as mais populares para me sacanear.Nada mais justo.Eu sempre fui uma menina bem sacaneável se é que isso existe e se não existia agora ta aí.

Minha história se baseava em uma garota de uns 16 anos que vivia uma vida normal ( tal como a minha),com poucos amigos ( por opção tal como eu) e que em um belo dia de tédio,conheceu uma garota mais velha,de uns 25 anos mais ou menos,viciada em qualquer coisa que a tirasse de si.Para ela eu dei o nome de Althea ( que é a esposa do Larry Flynt,sabe,o cara lá da revista pornô),ela tinha esse nome por parecer muito com a moça verdadeira e também porque eu estava em minha fase " Amo Hole mais do que tudo e comecei a tocar guitarra porque a Courtney Love é foda"... e assim foi,surgiu Althea.
Minha personagem principal se sentia um pouco intimidade com as festas e as coisas que a Althea apresentava para ela,até o dia em que por acaso,surgiu o Rafael.
Ele era o personagem principal,lógico,e motivo de toda a minha adoração e desejo de uma garota de 15 anos achando que a vida era bela.
Rafael era viciado em cocaína.Mas era o tipo bonitão,casaco de couro,cigarro sempre aceso e um copo de qualquer coisa alcoolica ( talvez venha daí minha falta de paladar pela bebida).Resumindo,ele na minha imaginação era o perfil do homem mais bonito ( que no caso para mim ...hoje,eu poderia dizer que ele era o Ville Valo em pessoa).
Acontece que na história ele era namorado da Althea,ele tinha lá seus quase 30 ( eu sempre morri de amores por homens de 30,confesso).
No decorrer da trama,era óbvio que eu faria com que o Rafael ficasse com a Raquel ( quase eu ...) e que a Althea morreria de overdose.Mas eu fiquei com pena,e como eu já era apaixonada por Shakespeare,resolvi que quem morreria seria ele,meu tão amado Rafael,que traiu Althea várias vezes com a Eu-Raquel durante páginas e mais páginas escritas á mão durante as aulas ...

Acontece que eu só matei o Rafael no colegial.No 3° ano.Quando eu pecebi que não haveriam mais manhãs chatas para escrever e que eu não acordaria cedo só para isso.
O Rafael morreu de overdose não acidental,foi um suicídio.Ele estava cansado de ser um viciado e não conseguir se livrar disse e a essa altura ele já estava com a Raquel e a Althea já estava querendo morrer.
A cena final ... é ele ali,deitado no chão da sala enquanto ela-eu chorava e implorava para que ele não a deixasse... e a única coisa que ele disse foi: Você foi a única que eu amei.E morreu ali nos braços dela enquanto Althea na sala,sem que ninguém soubesse,estava com uma arma apontada para a Raquel com a intenção de matá-la.Então ela-eu ...desesperada ao perder o cara por quem ela lutou por todas aquelas linhas do meu caderno insistiu para que a moça perdida desse o tiro,porque tudo o que ela queria era morrer com ele... pois a vida sem ele não teria graça.Ela até viveria sabendo que ele não era dela,mas jamais poderia viver sabendo que ele não respirava o mesmo ar do mundo que ela respirava.Então Althea chorou pela primeira vez...e se arrependeu de todo o tempo jogado fora e de toda a vida afundada em coisas sem sentido.
Mas Raquel ficou viva.

Aos 19 comecei a escrever O inferno lhe cai bem.Sem sequer pensar na história abandonada,porque não me fazia sentido,quem levaria um romance de uma garota de 15 anos a sério sendo que hoje em dia ninguém mais é levado á sério a não ser que use palavras super bonitas e enfiei socialismo na trama.( e eu ainda guardo todas as folhas escritas ...em folhas de fichário)
O inferno lhe cai bem trouxe o Diabo.O Diabo e seu casaco de couro e seu cigarro sempre aceso.
Mas ele podia ter qualquer vício,qualquer péssimo habito.Ele era livre,não existia Althea...
Não existia mais Raquel,ela morreu,morreu junto com o Rafael e no livro 2 surgiu Marina.Um nome leve,um nome que me parece puro (apesar da única Marina que eu conheço ser uma tonta)... mas Marina veio em forma de dor,em forma de medo de perder novamente...

E eu não posso negar.

O Diabo, é o mesmo Rafael dos meus 15 anos.
E eu não posso perdê-lo novamente... portanto,Marina deve morrer.

Se alguém duvidar da minha história,eu provo.Jamais escreveria folhas e folhas só para tornar essa minha confissão realista.

E essa é a explicação por eu ter me ofendido tanto com as coisas que andam acontecendo na minha vida últimamente.
É como se eu tivesse escrito a minha vida.

Raquel aos 15.
Marina aos 20.

E ele...
..ele é sempre o mesmo.

E eu nunca concluí história alguma... e o tanto que eu chorei ao vê-lo morrer PELAS minhas mãos,não se compara a nenhuma dor que eu tenha sentido até hoje.