quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Sentimentalismo cego

Luzes apagadas,abajur,me sento no sofá.Se eu for contar quantas vezes entrei na sala desde que o silêncio tomou conta dos meus dias... não saberia dizer.
Meu reflexo na televisão me pareceu tão só,me fazendo acreditar que eu realmente pareço uma pessoa melancólica e pensativa.E por um segundo eu fiquei triste e curiosa em saber o que tanto a garota do reflexo pensava... mas seria impossível descobrir.Ela não parecia querer falar comigo e muito menos me contar seus segredos.

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Os pássaros choram uma melodia extravagante,em uma bela tentativa de vida.Suas risadas me parecem perturbadoras enquanto sinto suas mãos em meu rosto.
" O amor verdadeiro é eterno" ele diz enquanto me presenteia com mil facas envoltas em cetim cravadas sem o menor drama em meu peito,e uma rosa morta. Como se uma rosa pudesse perder a vida da mesma forma como alguém perde um amor,e todos os pedaços espalhados são pétalas impossíveis de se unirem ao caule novamente...e flutuam leve pelo ar.
Uma mancha vermelha na altura do seu coração entregam minhas falsas lágrimas de consideração.Eu morreria com você ,mas talvez nunca por você.
Enquanto a dor se espalha pelos ossos,fazendo com que eu mal me levante e minha cama se torna praticamente meu túmulo.Desejo que suas mentiras mal contadas façam parte do espetáculo e terminem ao fecharem as cortinas.Não te conheço talvez não devesse te querer e assim irei rastejar entre os vãos obscuros de uma mente em forma de labirinto.
Anestesiada por verdades dolorosas mal percebo sua declaração ao me acusar de não prestar para ser sua por prestar demais para isso.
Vinho,pela minha existência no teu sangue que bebo,minha alma trágica de amor desentendido.Do doce veneno de tua boca que me beija,me mate uma vez mais com suas verdades,não me torture mais com incertezas tão baratas quanto...
Vamos,aplausos,quero estar além da chuva de raios de sol que cegam os mais tolos apaixonados, e se for assim, posso evitar o caos abaixo de minha idéia,e minhas mãos tocam a terra pronta para ser jogada em uma triste cerimônia sob meu leito de morte,voltando ao pó."