segunda-feira, 12 de julho de 2010

Os copos não existem

Recolher os cacos de vidro espalhados pelo meu quarto.Alguns ainda estão em cima da cama,no travesseiro,nas minhas roupas e incomodando presos em minha gargante.Mastigar vidro nunca foi algo agradável.Mas os copos quebrados não existem.
Começo então a recolher as coisas,os pensamentos,os sentimentos,as porcarias esquecidas no canto da mesa com a meta inicial de serem quardadas em tal lugar.Mas tal lugar não mais existe,então só me resta jogar fora o que atrapalhou em cima da mesa.

Infelizmente acredito que tanto as porcarias quanto a mesa também não são reais.

Então sinto uma imensa vontade de jogar todos os espelhos da casa fora.Tudo o que pode refletir minha imagem,mas olho ao redor e as pessoas são capazes de refletir quem eu sou e no final eu gosto disso.Não vejo nada de ruim,as pessoas não demonstram nada negativo em relação á mim,não mostram repulsa,não estão armadas com mil criticas e me mostram seus sorrisos sinceros.. sinceros pois já conheço os falsos.
Então por que jogar tudo o que me mostra fora? qual a razão de não querer me ver? de não querer até mesmo que as pessoas me vejam?
Eu sei.Lógico que eu sei.O monstro dentro de cada um.Um dia acorda.O meu monstro acordou e parece se mostrar mais do que quem eu realmente sou.
Não causei mal algum,não mais do que já havia causado há pouco tempo.

Algumas vezes,é mais do que necessario olhar para todos os rostos ao redor e sorrir.Sorrir e contaminar cada pessoas que gostamos com alegria,com diversão,com sonhos e mais sonhos e então viver leve.

Mas outras vezes...

Outras vezes o que funciona é fazer as malas,continuar sorrindo mas dessa vez com um ar de quem precisava de ajuda,precisava não sorrir,mas ver sorrisos sinceros novamente.Escolher uma estrada,ainda que você esteja com medo de pegar o caminho errado novamente,e o que mais dói,é ver que as pessoas de mentira ficam sempre para trás.
Aquelas nas quais você confiou e se fizeram confiar,muitas vezes era apenas uma forma de não jogar na sua cara o pouco que se importavam... então fingiram,fizeram de conta que estavam ali não estando.

Ah sim..

Algumas pessoas também não existem.São apenas um fruto amargo da nossa fértil imaginação.É aquele velho defeito do ser humano de criar algo com o ideal de perfeição,mas que provavelmente em um futuro super próximo irá nos magoar,não por querer,mas apenas por não existir.

A Cynthia existe.É fato.Podem acreditar ou não.Alguns acham até que é um fake e as vezes eu até confirmo ser um fake.Mas eu não sou.

O Doce Azia também existe.. e agora existe mais do que nunca depois que eu descobri que as coisas podem ficar melhores ou piores mas que dessa vez depende quase que completamente das pessoas,ou,na melhor das descobertas,quase que completamente de mim.Não tem como balancear meu problema de agora e pedir que alguém me ajude.Eu preciso me ajudar,e então saber o que pedir... caso contrário.Não saberei o que pedir,as pessoas não irão ter a menor noção do que fazer e eu vou acabar me sentindo pior.

Mas tudo vai ficar bem só porque eu sou de verdade.

As coisas não melhoram e sequer pioram para quem é de mentira.

Ela é de verdade.Ela sabe que eu sei que ela é de verdade,mas a única culpa que eu tenho é de nunca ter feito isso valer a pena.Esse foi um dos caminhos errados da minha vida.