sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Desconexo

Caminhando no sol.
Se não fosse primavera eu poderia jurar que estava quente como no verão.
Mas as estações já não são mais as mesmas,tão previsíveis.
A vida já não é também tão previsível.
Os planos de ontem talvez não sejam os mesmos de amanhã e os de hoje,deixo para amanhã.

O vento gelado que agora entra pela minha janela.
O frio faz com que eu me sinto mais viva do que o calor.
É quase uma sensação de liberdade extrema.
Eu poderia voar.
Mas não posso.

Me contento com a janela.
A vista dos prédios.
Penso sobre o que cada janela acesa guarda,casa história de vida.
Mas não observo muito,não me interessa literalmente a vida daquelas vidas.
Mas me sinto bem,em saber que tantas janelas acesas são vidas.

Quando eu perder o controle.
Quando eu surtar ao ponto de não saber quem eu sou.
Gostaria muito de ter pessoas que soubesse claramente quem eu fui um dia.
E que pudessem me contar sobre quem eu fui...
...quando minha memória já não for mais a mesma.
Quando talvez,eu realmente me esqueça de quem eu fui.
Do que eu gostei,do que eu fiz e do que escrevi,pensei e falei.
Me lembrem também do que eu fiz...

Guardo todos os meus diários.
Deixo de herança para quem vencer a batalha caso eu perca.
Porque cada história de vida,cada dor,cada alegria.
Merecia ser registrada além de mais um nome em um RG.

Muitas pequenas coisas.
Importam bem mais do que a importancia que dão ás grandes coisas.
E esse vento gelado,infelizmente é algo que só eu sei o que me faz sentir.
E que por mais que eu tente descrever.
Sinceramente...
...ficarei muito vazia caso alguma dia eu não me lembre mais disso.