segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

4:55

Meus posts sinceros acontecem em horários em que os minutos se repetem.Talvez porque minha vida seja uma grande repetição ... é coincidência,fato.Eu não fico olhando no relógio esperando a hora certa afinal,a hora certa também não é meu forte.
Ou eu chego cedo ou eu chego tarde.Mas descobri que em alguns casos se chegamos cedo,é cedo demais e se chegamos tarde...repetição.É tarde demais.
Não sei como fazer para encontrar um meio termo de tempo na minha vida.Porque os anos,os horários,o tempo em si parece jogar comigo como se eu fosse aquela irmã mais nova que você sabe que irá perder em tal jogo e por isso faz questão de chamá-la com todo o prazer para jogar junto.
É como jogar xadrez.Eu sou a iniciante e o tempo é expert no assunto.Eu vou perder.E é na hora em que a Rainha toma conta de tudo o cavalo morre e o Rei? talvez esteja na minha cama....vai saber.

Eu me sinto completamente perdida.Mas não é aquele perdido de quando fazemos 13 anos.Que somos auto suficientes demais porém não podemos fazer nada,ao mesmo tempo.Também não é o perdido de quando fazemos 18,20,25 com medo dos 30.Ou dos 30 com medo dos próximos anos.É um perdido vazio.Aquele onde você não vê objetivo porque o seu objetivo foi tirado do jogo pelo tempo.Aquele vazio de perder o que não se tem,a falta da falta,o excesso do não ter.Uma mistura de contradições.Coisa que estou escolada..por sinal.Talvez meu TCC seja baseado na forma como as pessoas podem ser contraditórias em questão de 10 minutos de conversa.Talvez minha conclusão do curso nem aconteça.

Não quero parecer dramática,nem trágica nem nada do tipo.Porque se võcê me conhece,seja pessoalmente ou pela internet,sabe que o drama e a tragédia fazem parte apenas " do meu show"... eu sou um pouco diferente do que eu mostro ser.
Eu sou aquela que quase não fala.E sou aquela que com intimidade sacaneio todo mundo.
Eu sou duas pessoas.Como disse um amigo sobre ele mesmo.Talvez todos sejam.

Mas eu não posso ser duas pessoas ao mesmo TEMPO.Lá está o filho da puta novamente.Eu não posso ter tudo o tempo todo,não posso ficar sem nada o tempo todo.

Mas a questão é que eu descobri uma dor nova.Diferente da dor física,da dor de perder um amigo,um amor...eu descobri a dor de sentir uma dor que não lhe pertence.Uma dor quase espiritual para quem é ligado á qualquer coisa do tipo.
Na verdade.Nos últimos tempos essa história de ligação espiritual anda me incomodando muito.Porque já me bastava sonhar com quem já se foi,agora eu sou obrigada a sentir por quem está aqui.
Hoje minha mãe... me disse : Cynthia,eu não imaginei que você fosse ter que carregar essa carga toda tão nova assim.

Bom.Entender...só quem conhece minha mãe.Otimista,do tipo " sempre em frente",do tipo " eu sei que as coisas passam".Mas ultimamente sinto que até ela sente que as coisas estão ficando um pouco complicadas na minha vida.Então nessa hora eu deveria derramar uma lágrima.Mas não.

Eu poderia dizer que cometi muitos erros.Mas não acredito nisso.Nada do que eu fiz foi contra minha vontade em relação a tudo.Eu sou virginiana,daquelas que pensam em TODAS as possibilidades e riscos antes de pular.Eu pulei.Mas pulei em uma cerca de arame farpado sabendo que eu sairia de lá cheia de cortes.Que irão cicatrizar ( acredito descrente) mas que ainda assim eu poderei olhar para a cicatriz e me orgulhar.Porque eu quis.Eu fiz.Eu...
Mas o TEMPO brinca comigo em vários sentidos de várias formas.

E novamente eu me lembro que um dia minha mãe me perguntou: Cynthia,eu jamais viveria uma história dessa que nem a sua.Eu jamais me permitiria viver isso.Mas qual o seu maior medo.
Então eu disse que meu único medo não eram as pessoas que entram e saem todos os dias.Meu maior medo eram as que poderiam ficar e eu disse que a única coisa que eu realmente morria de pavor é que ele ... ... ... ... ..

Pois é.Karma.Tempo.

Agora termino meu texto exatamente 5:11.

A sinceridade foi MUITA.

Boa noite.