sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Sim,eu guardava um segredo

Sou alguém de prece alguma
Espero a realização do que eu não pedi
E culpo um Deus.Aquele que de fato não creio...
E ainda que eu fizesse uma prece
Não pensaria em nada para recompensar o pedido caso fosse realizado
O escuro é silêncio na sombra
O dia são palavras embaralhadas como cartas

Sou distraída e atrasada..
Sou ventania e derrubo tudo por onde eu passo
Eu era.
Sou brisa leve de reflexo rápido.
Não derrubo mais nada,não machuco mais ninguém.
É inverno no inferno
E minha alma saiu para passear mas não voltou ainda.

Ontem eu sorri.
Ao ver fotos de quem eu deixei partir...
Pode ser poder poema,pode ser dilema.
Me perdi em retratos tão nascisistas.
Talvez uma patética forma de guardar quem eu era,quem eu fui
Mas foi ingênuo talvez..
Porque o que mais guarda quem eu fui foram todos os textos e frases jogados nas minhas coisas guadadas.

Mas um dia me ajoelhei ao lado da minha cama
Senti vergonha.Redenção por opção...
Comecei timida,fui falando,fui pedindo e fiz uma troca.
Uma ilusão por uma realidade
Ainda que a minha ilusão fosse lapidada e perfeita
Eu fiz a troca.
Eu fiz a prece.
E onde esta o tal Deus?
Na dúvida,eu sei.Eu fiz a troca.Eu fiz.

Estou perdendo minhas crenças..
Uma a uma.
Nas pessoas..
Nas flores..
E nos sabores.
Ah sim... os sabores.
O gosto.
Não sei se é diferente e não pretendo buscar saber.
Mas me agrada e me faz falta.
Me faz falta.
Falta.